Câmara Municipal de Guimarães reconhece que a educação financeira é fundamental para crianças e jovens

À semelhança de muitos outros municípios, também a Câmara Municipal de Guimarães se associou ao projeto ´No Poupar Está o Ganho´, da Fundação Dr. António Cupertino de Miranda, apoiando este projeto de literacia financeira, dirigido a crianças e jovens em idade escolar, há já cerca de quatro anos.

Segundo Adelina Paula Pinto, Vice-Presidente e Vereadora da Educação da Câmara Municipal de Guimarães, o feedback do projeto tem sido “muito positivo”, estando bem organizado e programado. Salientando que “a educação financeira precisa de ser muito trabalhada pelas nossas crianças e jovens”, a responsável reconhece que esta é ainda uma “área pouca abordada nas nossas escolas”, pelo que o projeto ´No Poupar Está o Ganho´ “é uma boa ajuda para os professores, que se sentem muito bem com a iniciativa, uma vez que conseguem dar respostas aos alunos”.

Afirmando que o projeto tem um programa flexível, que se adapta muito bem aos alunos, sejam eles mais rurais ou urbanos, a responsável afirma ainda que projeto ´No Poupar Está o Ganho´ está presente nos 14 agrupamentos escolares do município de Guimarães, contando com a participação de turmas do pré-escolar ao 12º ano.

“O projeto dá-nos respostas imediatas. Hoje, as escolas aumentam as competências dos seus alunos e, sendo este um projeto bem definido, com temas, objetivos definidos e calendarizações bem definidas, tudo isto ajuda à sua implementação e participação”, indica Adelina Paula Pinto.

Prova do sucesso do projeto, a iniciativa foi já adotada por vários municípios da Comunidade Intermunicipal do Ave – CIM do Ave (Guimarães, Vila Nova de Famalicão, Fafe, Cabeceiras de Basto, Mondim de Basto).

Para isso também contribuiu o facto do projeto ´No Poupar Está o Ganho´ “ter apostado no digital, ter tido a capacidade de se adaptar aos novos tempos, permitiu ter cada vez mais turmas e alunos a participarem”, relembra a Vereadora da Educação na Câmara Municipal de Guimarães.

 

“Escola tem de fazer cidadãos”

Se antes da pandemia de Covid-19 este projeto fazia todo o sentido, Adelina Paula Pinto acredita que mais ainda fará nos próximos tempos, dado que estes “serão ainda mais complicados no setor económico e social”. Por isso, “faz todo o sentido começarmos a trabalhar com as nossas crianças e jovens a questão da literacia financeira, pois assim eles saberão lidar com o dinheiro, quanto têm, onde podem poupar, quanto podem poupar. Estes são conceitos que têm de ser trabalhados”.

Lembrando que a escola “tem de fazer cidadãos”, a responsável defende “que a educação não se limita à escola, ela é também agregadora de adultos, pois estas crianças vão explicar aos pais estas questões. Como tal, fazer cidadãos é saber ler e perceber as letras pequeninas de um contrato do banco, é fazer escolhas se aquilo que queremos e vamos comprar é realmente necessário. Tudo isto pode e deve ser trabalhado na escola”.

Segundo a Vereadora da Educação na Câmara Municipal de Guimarães este tipo de projeto “trabalha muito bem em linha com o currículo” e isso é muito importante para as escolas. “As escolas são muito curriculares e o projeto ´No Poupar Está o Ganho´ consegue enquadrar-se, por exemplo no português, pois muitas vezes a literacia financeira é uma questão de português, ou seja, é muitas vezes uma má interpretação do que está lá escrito. Tem a questão da matemática, do raciocínio, do empreendedorismo, da cidadania. É um projeto transversal em muitas áreas”.

Neste sentido, acrescenta, projetos como este são “fundamentais para a escola do século XXI. Pois, a escola atualmente não pode só ensinar Português, Matemática, Inglês, História, entre outras. Tem também de preparar cidadãos para o mundo. E temos de perceber que nós temos nas escolas todo o tipo de crianças, com um background familiar muito diverso. Ora, se uma família reproduz o que conhece, não tendo qualquer cuidado, endividando-se, a criança vai ser igual. Se não houver nenhuma intervenção, incluindo da escola de uma forma padronizada em que tenta incutir novos valores e novas formas de ser, este comportamento vai repetir-se e vamos ter um mundo sempre igual. Por isso, se temos uma escola para todos, então temos de tentar de alguma forma que a escola anule comportamentos erráticos”, remata.