Literacia Financeira: há más notícias, mas excelentes soluções! 

  • Publicado em 25 janeiro 2022

Este artigo traz más, boas e muito boas notícias…e todas sobre literacia financeira. Como não podemos perguntar-lhe por onde gostaria de começar, tomamos nós a liberdade de começar pelas más notícias. Prometemos que, depois, só melhora! 

Infelizmente, Portugal está em último lugar num ranking de literacia financeira divulgado pelo Banco Central Europeu (BCE). A (má) notícia foi divulgada através de um gráfico que integra o artigo “A comunicação do BCE com o público em geral”, no âmbito do mais recente boletim económico da instituição. O gráfico mostra o nível de literacia financeira do público em geral e, dos 19 países da Zona Euro…Portugal está em último! 

Apenas 25% dos portugueses acertaram em pelo menos três de cinco questões relacionadas com diversificação do risco, inflação, aritmética ou juros compostos. Nos últimos lugares do gráfico, estão também Itália (40%) e Chipre (35%), enquanto os primeiros lugares são ocupados pela Alemanha e pela Holanda (65%). 

Depois desta informação, precisamos mesmo de boas notícias! E elas chegam-nos da Comissão Europeia e da Rede Internacional de Educação Financeira da OCDE (OCDE/INFE). As duas instituições lançaram um novo Referencial de Literacia Financeira para adultos, isto é, uma listagem das competências fundamentais para garantir a correta compreensão e tomada de decisões na área financeira. 

São muitas essas competências! De acordo com o Referencial, são precisamente 564, divididas por temas: “dinheiro e transações”, “planeamento e gestão financeira”, “risco e retorno” e “sistema financeiro”. Estão ainda agrupadas entre “consciência, conhecimento e compreensão”, “competências e comportamentos”, “confiança, motivação e atitude”. Por exemplo, “saber como identificar notas e moedas genuínas” é um conhecimento que corresponde à competência para “tomar a ação apropriada se as notas ou moedas são consideradas contrafeitas” e à atitude “desenvolveu a atitude certa quando confrontado com dinheiro contrafeito”. 

Para terminar, temos novidades ainda melhores: trabalhar estas competências é possível em todas as faixas etárias! Exemplo disso são os projetos da Fundação Dr. António Cupertino de Miranda, que continuam a crescer e a procurar contrariar resultados como o do mais recente ranking do BCE. Estes são os projetos educativos que concretizamos, direcionando-os a diferentes públicos: 

??‍? No Poupar Está o Ganho: dedicado a crianças e jovens do Pré-escolar ao Ensino Secundário, conta este ano com mais de 13 mil alunos de mais de 500 escolas em 50 municípios. A 12.ª edição é a mais participada de sempre! 

?‍??‍? Por Tua Conta: dedicado ao Ensino Profissional, está a ser iniciado um projeto piloto com 64 turmas da Área Metropolitana do Porto! 

?? Eu e a Minha Reforma: prestes a chegar aos 1.000 participantes e com mais de 30 edições dos Laboratórios de Literacia Financeira concretizadas, este projeto continua a promover a capacitação financeira e digital de pessoas com mais de 55 anos dos concelhos do Porto, Maia, Matosinhos, Santo Tirso, Valongo e Vila Nova de Gaia. 

?? Educação Financeira – Uma Necessidade Especial: um projeto único em Portugal, criado para levar conhecimentos fundamentais, na área da literacia financeira, a pessoas com défice cognitivo. 

Estes projetos abordam, de forma adequada ao seu público, temas que vão da poupança aos meios de pagamento, dos seguros à fraude, dos conhecimentos aos comportamentos financeiros. Afinal, estes impactam todas as ações do nosso dia-a-dia e, por isso, devem ser uma aposta estratégica de entidades públicas e privadas. 

Na Fundação Dr. António Cupertino de Miranda, promover a educação financeira é um trabalho não só diário, mas, sobretudo, colaborativo. É com os participantes de todos os projetos, municípios, Comunidades Intermunicipais, parceiros e mecenas que construímos estres programas, produzindo novos conteúdos, concretizando eventos e promovendo atividades que contribuem para consolidar a sociedade do conhecimento e para combater a pobreza e exclusão social.